Resenha do livro "Desonra", de J.M. Coetzee
Universidade Federal do Amazonas - UFAM
Emílio Carlos Roscoe Maciel possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (1999), mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002) e doutorado em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (2007). Desde 2008, é professor adjunto de Literatura no Departamento de Letras da UFOP. Atua principalmente nas seguintes áreas: literatura comparada, teoria da literatura, poéticas da modernidade, teorias do romance, cinema.
Emílio Maciel deixa claro em seu resumo que irá expor e analisar as estratégias “deceptivas” do romance. Ele nomeia seu ensaio como “Memórias do subdesenvolvimento” pelo fato da história se passar na África no Sul, um país que foi ocupado e explorado por colonizadores, como isso reflete até hoje, com as desigualdades e no livro “Desonra” essa situação desencadeia vários eventos.
Para iniciar seu ensaio Emílio Maciel escolhe o capítulo que aborda a festa de Petrus empregado de Lucy, filha de David Lurie, que estava visitando-a após perder o emprego por acusação de assédio sexual. Pai e filha vão à festa e lá Lucy vê um dos seus agressores e conta ao pai. O autor relata o estado que David ficou ao identificar um dos estupradores de sua filha e sua revolta com a decisão dela em não denunciar o crime.
Em seguida Maciel questiona a posição de David em não se sentir culpado no caso da aluna e querer que a justiça seja feita no caso de sua filha. No romance há uma comparação do assédio sexual com o estupro, do exercício do poder com a violência física pura e simples, como o que David tinha feito com Melanie de alguma forma respinga e acontece o mesmo com sua filha.
Emílio reconhece que o leitor espera que a justiça seja feita em ambos os casos, mas não é o que acontece no caso de Lucy que não denuncia o crime e