Resenha do livro Cidadãos do Mundo

Resenha do livro Cidadãos do Mundo – Adela Cortina
Capítulos I e II
Em 1990, ressurge o conceito de Cidadania. Uma das razões que podemoa apontar para tal fato é a necessidade das sociedades pós industriais de criar entre seus membros uma identidade e o sentimento de pertença. Nos anos 60/70 Daniel Bell percebeu que em sociedades muito individualistas é impossível superar crises. Os indivíduos movidos unicamente por seus interesses pessoais, não sentem afeição por sua comunidade e não cidadãos não estão dispostos a partilhar os encargos de sua vida comum, coloca-se em perigo o capitalismo e a democracia liberal, as duas maiores conquistas da Modernidade. Desta forma os sistemas, tanto político quanto econômico, dependem do comprometimento dos cidadãos com o bem comum, o que consiste em um dos maiores desafios da atualidade. Bell irá propor a construção da religião civil (bandeira, hino, acontecimentos históricos) e o fortalecimento dos espaços públicos. A questão da religião civil, já foi adotada em diversas comunidades e é de caráter duvidoso. Por isso torna-se mais convincente a proposta de fortalecer os espaços públicos. A promoção do espaço público assegura uma economia comum, que incide em uma distribuição mais justa da riqueza. Bell também critica o fato de não haver nenhuma filosofia política proveniente de autores socialistas sobre a teoria da justiça distributiva baseada no caráter central do espaço público da sociedade. Após a publicação de John Rawls em 1970, nesta e na década de 80 surgem várias publicações em torno da teoria distributiva. Algumas destas teorias tentam reforçar o acordo dos cidadãos com noções de justiça afim de aumentar o sentimento de pertença destes em suas comunidades e seu desejo de participar dela. Reconhecimento da sociedade por seus membros e consequente adesão por parte destes aos projetos comuns são duas faces da mesma moeda, que ao menos como pretensão, compõe a esse conceito de cidadania e a razão de ser da