Resenha do livro :"As intermitências da Morte."
A morte... Assunto polêmico, bastante comentado, questionado e também temido, causador das mais diversas e adversas opiniões. Como seria se não existisse a morte? A morte é um trágico destino reservado a todos sem pedir licença para entrar, mas o que aconteceria se de repente ninguém mais morresse? Como seria viver num mundo onde envelheceríamos, mas não morreríamos? Como seria se todos os questionamentos sobre a mesma não precisassem mais ser feitos? Poucas pessoas pensam nisso e as respostas para essas perguntam parecem ser confusas.
José Saramago, de uma maneira irreverente e irônica aborda em seu livro “As intermitências da morte” (fábula publicada em 2005) justamente sobre esse assunto; conta uma história no qual num determinado país, ao primeiro minuto que se inicia o ano novo, as pessoas param de morrer.
Nenhum acontecimento trágico que diz respeito à vida importa mais. Pode-se assim dizer que tratase de uma história simples ou complexa; depende do ponto de vista.
Para muitos seria a solução ideal “ninguém morrer”, mas o sentimento de felicidade e tranquilidade logo se transformou em desespero. A vida não acaba, mas também não volta, e quem estava prestes a morrer continua assim num estado indefinido. Logo, hospitais, asilos entram num estado de lotação e o governo começa a ter que tomar atitudes (aumento nos planos de aposentadoria, redefinição dos planos de vida) perante a socidade e esse novo estágio.
O mais intrigante é que a personagem é a própria morte e o sentimento que a mesma causa nas pessoas. Porém, nessa história também há um certo foco em personagens individuais, que por algumas vezes dão um outro sentido a história. José Saramago brilhantemente, ao longo do livro, inverte os papéis entre a morte e os vivos; a influência entre ambas.
Em seu decorrer, quando o caos se instala perante as pessoas, as mesmas passam a fazer papéis de carrascos, levando os doentes, velhos para