Resenha do livro as intermitências da morte
AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE
A obra Intermitências da Morte, de José Saramago, lançado no ano de 2005, nos leva a uma reflexão existencial, apesar de parecer estranha à primeira vista pela sua ausência de pontuação em sua escrita , conforme avançamos na leitura notamos que existe coerência e lógica. É possível dividi-la em duas grandes partes que não são independentes, mas seguem trilhas diferentes em seu enredo, sem fugir do tema principal que é a morte,
A narrativa se inicia em lugar não definido a partir da meia-noite de um ano qualquer do século XX, a temida morte deixe de cumprir suas atribuições deixa de ceifar vidas humanas. A princípio a população se viu abençoada por tal acontecimento, mas com o passar do tempo percebeu-se que aquilo não passava de uma maldição. Chefes do governo contatam a igreja em buscas de respostas para aquilo que constituiria o alicerce, a viga mestra da religião, pois sem a morte a igreja não mais teria razão de existir, aquela instituição sucumbiria, “(...) As religiões, todas elas, por mais voltas que lhes dermos não tem outra justificação para existir que não seja a morte.” (pág. 36).
Filósofos também começaram a questionar também da ausência da morte, que sem ela a filosofia também deixaria de existir, começa aí o princípio de consciência de algumas instituições do que poderia ser um caos, uma tragédia, pois sendo necessária a continuação da vida, sua ausência, levaria ao caos social, num mundo que cresce de maneira de desordenada.
Ao entrar no campo do setor econômico, aborda o setor funerário, como um dos principais prejudicados por tal fato de ficarem sem sua principal matéria prima.
Nos capítulos iniciais do livro temos a história de uma pequena família de agricultores muito pobres que tem em seu lar um rijo patriarca que tudo indica seria um avô e uma criança de poucos meses de vida que não podia se dizer que estavam vivos nem mortes, talvez moribundos, demonstram nessa