Resenha do livro Apologia da Hist ria ou O Of cio de Historiador
No primeiro capítulo, "A história, os homens e o tempo", Bloch apresenta o homem enquanto sujeito de sua própria história.
O homem faz História no seutempo. Para o autor, não há uma História atrelada tão-somente aos fatos, relatos e datas. O homem é o sujeito da História, seu agente por excelência, e não apenas os fatos.
Bloch busca uma história que consiga compreender as relações que se deram a partir dos fatos, suas problematizações e contextos históricos. Desta forma, o autor indica que seu objeto de estudo não é o passado, mas sim o homem e sua ação no tempo.
É o homem, no papel de historiador, que escolhe o que pesquisar, que busca no passado a pergunta do presente que pretende responder. "O historiador é sempre de seu tempo”, ou seja, de sua nação, sua classe social, suas convicções políticas e éticas pertinentes àquele período histórico.
Marc Bloch advoga, ainda, a importância da interdisciplinaridade. Alerta, porém, sobre curiosos simplistas, que seriam de um lado, estudiosos preocupados apenas em "desenfaixar os deuses mortos", e, do outro, sociólogos, economistas, publicistas, "os únicos exploradores do vivo”, nas palavras de Bloch (p.62). O autor afirma que tais agentes não buscam no passado as respostas às suas perguntas, e suas observações são limitadas, quando muito, a algumas décadas atrás. Os simplistas, segundo Bloch, estudam o passado como algo fora do contexto atual de sua época, enquanto outros nem ao menos se valem do passado para responder as perguntas do presente, partindo do pressuposto de que o passado em nada interfere no momento atual.
Aliar passado e presente, entretanto, faz-se necessário, uma vez que asquestões do presente são exatamente o que faz o historiador debruçar-se sobre o passado.
No segundo capítulo, "A observação histórica", busca-se, através da atividade que dá nome ao capítulo, compreender os testemunhos e sua transmissão.
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