Resenha do livro 'A exatidão no jornalismo à luz da condição semiótica da linguagem'
Resenhado por Glauciane Brissow Realto1
A autora Mirna Feitoza Pereira, em seu texto ‘A exatidão no Jornalismo à luz das condições semióticas da linguagem’, refletiu sobre a capacidade da exatidão da linguagem jornalística. Segunda Mirna, com o desafio de dizer a verdade, o jornalista sempre erra. Isto é, por mais que se esforce para representar os fatos como ocorreram, essa representação estará fadada a incompletude, ou seja, algo sempre permanece encoberto, mesmo que o jornalista siga incansavelmente em busca da exatidão. Diz que, do ponto de vista semiótico, é quando erramos que percebemos estar em um ambiente sígnico. Para tanto, a autora se utiliza das concepções de signo e realidade de Peirce.
Segundo uma das primeiras lições da semiótica peirceana, o signo só é capaz de representar seu objeto de forma parcial e limitada, ou seja, o signo não é capaz de representar totalmente seu objeto. Peirce diz que o que apreendemos do objeto é somente uma forma parcial, que pode até mesmo ser falsa. Diz também que o signo precisa se relacionar com o objeto para poder veicular alguma informação sobre ele, portanto, precisa se referir a algo para existir. Embora sejam diferentes, o signo emana do objeto, isto é, só existe enquanto signo porque se refere a algo.
Ainda, segundo Mirna, para que um fato seja considerado notícia, a condição de referencialidade deve ser utilizada, ou seja, a linguagem jornalística não pode se referir a um objeto que não provenha de um fato real. Em Peirce, o real também é aquilo que existe independentemente da nossa capacidade de representação.
A autora também se refere à condição de alteridade, que está nitidamente presente nas relações de parcialidade e referencialidade, uma vez que, para que