Resenha do filme a vida dos outros

O filme A Vida dos Outros, de Florian Henckel Von Donnersmarck, acontece na Alemanha Oriental antes da queda do Muro de Berlim, onde a polícia secreta investiga a vida dos moradores com o intuito de buscar informações que possa levá-la a descobrir novos conspiradores. Em outras palavras, a polícia secreta mantinha uma política agressiva de espionagem sobre todo e qualquer cidadão passível de representar ameaça para o regime de partido único, como o autor de teatro Dreyman. No decorrer do filme, o espião passa a fazer relatórios diários sobre a vida do autor e de sua companheira, e como conseqüência se envolve na história de ambos; isso o faz mudar sua forma de pensar sobre o regime e rever seus conceitos como ser humano. E nesse contexto é possível refletirmos sobre o que deveria ser a essência da interação entre os indivíduos numa sociedade, ou seja, a ética, a moral e o direito. A ética tem uma relação maior com as profissões. Ela seria como uma regra a ser seguida, um dever profissional. De acordo com esse conceito, o espião que a princípio era extremamente ético, no desenrolar da história, ao perceber que se identificava com Dreyman, passa a protege-lo ao abrir mão da sua ética profissional, mentindo e até mesmo agindo de forma contraria a seus pensamentos inicias para a polícia secreta, com o intuito de não deixar provas que confirmassem a suspeita sobre o autor. A moral atua como um valor, aquilo que se aprendeu como certo. E em relação ao filme o espião deixou a moral que existia em seu íntimo sobrepor-se a sua ética. Pois para ele não seria correto permitir que o autor de teatro fosse punido por expor o que pensava, por defender seus ideais. O direito é aquilo que a pessoa pode exigir perante seus semelhantes, desde que esteja de acordo com a lei, aquilo imposto pela sociedade. E ficou claro que direito não era para todos, a democracia ainda era almejada pela maioria. A liberdade de expressão era um crime para aqueles que fossem