Resenha do filme zona do crime
Aluna: Jéssica Edla Lira de Souza
Professor: Walfrido
Baseado em conto homônimo escrito por Laura Santullo, mulher do diretor, Zona do Crime conta uma história simples e horripilante dos nossos tempos: três pivetes invadem um condomínio de luxo na Cidade do México e ao tentar assaltar uma residência matam sua moradora. O alarme soa, a segurança privada do condomínio sai em perseguição dos assaltantes. No tiroteio são mortos dois assaltantes e um guarda, alvejado por fogo amigo.
O condomínio é uma fortaleza cercada de favelas por todos os lados. A fumaça do tiroteio ainda está no ar quando os condôminos se reúnem para tomar as providências do caso. Ou seja: 1) capturar o assaltante sobrevivente para fazer Justiça; 2) impedir que o infausto episódio comprometa a segurança da ilha de tranqüilidade que compraram e construíram com o suor de seu trabalho. As decisões, obviamente, são democraticamente aprovadas em assembléias do condomínio.
As duas medidas têm a mesma origem e explicação: o Estado está falido, as instituições policial e judicial são corruptas. Então, melhor que os cidadãos de bem resolvam o problema por sua conta e risco. A conta significa isso mesmo: estão dispostos a comprar e a pagar por tudo que for necessário para manter a inviolabilidade do seu reduto, inclusive a omissão da polícia. O risco fica por conta da ousadia dos justiceiros que saem em perseguição ao sobrevivente. O desespero é geral tanto pelo que aconteceu como pelo que pode vir a acontecer.
Do lado de fora dos muros do condomínio, devidamente guarnecidos por cercas elétricas, arame farpado e câmeras de vigilância, o quadro é diferente, mas parecido. A mãe do assaltante que sobreviveu e sumiu vive o mesmo desespero e a mesma solidão em busca do filho. Ela bem que tenta a ajuda da polícia para localizá-lo, mas é solenemente ignorada. Se pudesse, ela também faria justiça com as próprias mãos.
Diante da deterioração dos valores e das relações sociais,