Resenha do filme São Paulo 1943

RESENHA DO FILME “SÃO PAULO 1943”

“A cidade que cresce mais rapidamente no mundo”. A frase que inicia o documentário “São Paulo 1943”, produzido pelo Office of the Coordinator of Inter-American Affairs durante os anos da política de boa vizinhança, demonstra bem a imagem que se queria passar do Brasil para o exterior. Durante quinze minutos de filme, São Paulo é retratada como uma cidade do futuro, de grande potencial industrial e que consegue combinar o moderno e o antigo. Não são mencionados problemas de qualquer tipo e, se o filme for a única fonte levada em conta, pode-se concluir que, em 1943, São Paulo era uma maravilha.
O paulista do filme produzido pelo Office of the Coordinator of Inter-American Affairs morava em uma cidade de 1,3 milhões de habitantes, a maior cidade industrial da América Latina. No caminho do trabalho (que podia ser em uma fábrica de pneus, de tecido, de produtos biológicos, afinal a economia da cidade era diversificada) ele passava por diversas obras em construção, como estradas, túneis, viadutos, hospitais e hotéis. Seus filhos podiam estudar em uma das diversas escolas e universidades existentes, além de estudar na biblioteca pública, jogar futebol e tomar banho em uma das piscinas públicas. Quando quisesse se divertir, ele podia assistir à ópera no Teatro Municipal, ver um jogo no Pacaembu ou ir a uma festa onde tocasse samba. Também podia viajar, utilizando uma das diversas linhas áreas que atendiam a cidade.
O filme de 1943 é apenas um exemplo das intervenções culturais feitas no Brasil nos anos 1940. Existem diversos outros, como o desenho “Saludos Amigos”, que a Disney fez sob encomenda. Apesar de já estarem presentes no país – nos filmes dos anos 1930, por exemplo – foi nessa década que os americanos penetraram no Brasil através da chamada política de boa vizinhança. Na teoria, essa política significava um convívio harmônico entre os países do continente americano, com troca de mercadorias e bens culturais entre Estados