Resenha do filme "stalker"
Andrei Tarkovsky foi um dos maiores diretores da história do cinema. Seus filmes tratavam de uma maneira única sobre toda a complexidade relacionada á mente humana. A cada novo trabalho, novas ideologias eram postas á prova e novos conceitos eram explorados de uma forma diferenciada pelo diretor. Se em A infância de Ivan o tema central do filme era a perca da inocência de uma criança, em Stalker, o seu ponto principal é a perca da fé e da espiritualidade da civilização moderna, um tema bastante abordado nos filmes do diretor.
Tarkovsky retrata o homem moderno como um ser frio e racional, que não acredita naquilo que não possa ser visto ou provado. O filme exprime a própria visão do diretor sobre a civilização, que a cada dia mais perdia a fé e a crença em fenômenos sobrenaturais e em teorias criacionistas. Stalker é um complexo estudo sobre o conflito entre fé e razão.
O enredo de Stalker trata sobre uma suposta queda de meteoritos numa região do planeta, essa região adquire propriedades estranhas e é chamada de Zona. Dentro da Zona, diz a lenda ter o Quarto, que seria um lugar onde todos os seus desejos são realizados. Temendo que a população invada a Zona à procura do Quarto, o exército a isola, mas eles próprios não têm coragem de entrar nela. Apenas alguns poucos, chamados Stalkers, têm habilidade suficiente para entrar e sobreviver lá dentro. Um dia, um escritor famoso e um físico contratam um Stalker para os guiarem ao Quarto, sem exatamente saber o que procuram.
O enredo é uma espécie de um pano de fundo para as discussões filosóficas entre os três personagens principais. Enquanto o escritor representa o artista, o físico representa o homem da razão e o próprio Stalker representa o homem da fé. Os diálogos entre os personagens são maravilhosos e abordam vários temas existenciais relevantes para a compreensão humana, além de discutir sobre as vidas pessoais dos próprios personagens, sobre suas ideologias, personalidades e