resenha do filme intocaveis
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O filme francês foi inspirado em fatos reais e acontece na cidade de Paris onde um tetraplégico rico procura alguém que possa trabalhar como seu cuidador, aí começa um relacionamento certamente incomum quando surge um rapaz dono de uma grande autoestima (Driss), que contrasta com os demais pretendentes que observavam apenas o óbvio e limitado paciente em sua cadeira de rodas. A compaixão passiva, quando a piedade passa a limitar a visão sobre o outro, não é a ideia de Driss, interpretado por Omar Sy, negro, pobre que inicialmente nem se interessava pelo emprego, mas seduzido pela casa do milionário resolve experimentar trabalhar com Philippe (François Cluzet), com uma história de vida completamente diferente da sua, fazendo com que esse relacionamento inicialmente improvável se transforme em uma troca de experiências e uma amizade verdadeira entre dois opostos. Justamente porque Driss encara o outro como igual, extrapolando o conceito que o corpo físico, embora aprisionado, também pode e, necessariamente, deve alçar voos mais altos. Situações divertidas e emocionantes são relatadas de forma muito espirituosa e convincente pela dupla de atores, Omar Sy foi premiado com o César, equivalente ao Oscar da França, como melhor ator no ano passado devido à sua atuação nesse filme que surpreende pela contagiante leveza e dignidade com que é tratado um tema tão dramático e delicado, sobretudo, pela possibilidade em nos instigar a perceber que as limitações, mesmo graves e determinantes, podem ser redimensionadas e possíveis, afinal destinos frágeis também são destinos dignos.
Para atender à outra pessoa só a formação científica não é suficiente, é preciso, e oportuno, sensibilidade, o uso da intuição. A técnica é indispensável, mas não se pode esquecer a subjetividade do ser envolvido. A relação do responsável com a pessoa a ser zelada é íntima e constante, e deve, portanto, exigir um vínculo de companheirismo.
O cuidar requer identificação. O sujeito necessitado de