Resenha do filme do bicho de sete cabeças
No filme se retratam os familiares que "cheios de boas intenções" ficam cúmplices do hospício e de suas cruéis torturas, só tirando o Neto do hospício quando já era tarde. A violência sádica dos enfermeiros, que usam todos os recursos do hospício para subjugar os pacientes, desde a antiga camisa de força, o quarto "forte" e o eletrochoque, terrível arma que apaga a memória imediata e que se aplicado com frequência pode levar uma pessoa a deixar de ser gente, a perder a vontade e a consciência de si, a ser um "zumbi".
Este é um dos grandes filmes que foram feitos com a intenção de causar ao espectador um choque de realidade. E consegue! Um filme definido como “forte” pela maioria dos críticos... E como “realista”, segundo o grande público.
O clima sombrio sob qual foi construído, atenta para a marginalização e degradação ao tratamento de um ser humano, e isso, sem dúvidas, é o maior impacto para quem o assiste.
Solidão, descaso e impotência são as palavras-chave da trama. Sentados confortavelmente em nossas poltronas, podemos usufruir da inércia a qual nos colocamos diante de uma realidade que mata centenas de pessoas todos os dias. Uma realidade desconhecida, por se tratar de pessoas desconhecidas.
Sob a minha percepção, parece que o ser humano já é tratado sem o devido valor quando pensa e age em seu cotidiano, sua rotina. Mas chega ao nível de animal quando já não é capaz, sequer, de pensar. O conselho que os médicos dão aos familiares em dia de