Resenha do filme Bicho de Sete Cabeças
Vitória
2013
O filme Bicho de Sete Cabeças conta a história de Neto, um jovem usuário de maconha, mas não dependente, que faz uso da droga apenas para se divertir com os amigos e praticar suas rebeldias da juventude, pois como é mostrado no filme seu dia a dia parece ser bem entediante.
Logo no início do filme podemos notar a relação entre Neto e seu pai, Sr. Wilson, que é uma relação de pouco diálogo. Essa relação entre pai e filho muitas vezes é a causa da entrada de jovens brasileiros no mundo das drogas. E ao descobrir um cigarro de maconha dentre os pertences do filho, Sr. Wilson, ao invés de procurar ser mais presente na vida de Neto, conhecer suas companhias ou ajuda-lo de forma amigável, procura desesperadamente uma forma de tratar o filho como se ele fosse um viciado. E nesse desespero ele acaba por internar Neto em uma clínica, mas não em uma clínica de reabilitação e sim uma clínica psiquiátrica!
E é a partir daí que os problemas de Neto começam de fato, pois com um diagnóstico mal feito ele é internado como louco e começa a viver os piores dias de sua vida. É visto a todo o momento a realidade dos manicômios brasileiros que mostra-se lamentável. A começar pelo fato de que os pacientes recebem medicações que não se diferem de acordo com cada caso, muito pelo contrário, o médico sequer constata o problema particular de cada paciente para que seja feito um tratamento adequado. Aliás, tratamento não é a palavra adequada para o que ocorre dentro das clínicas, visto que de uma forma totalmente desumana os internos são maltratados e não tratados.
A desigualdade com a qual é tratado o cidadão brasileiro fica visível a todo o momento no filme. É visto como as clínicas psiquiátricas de nosso país, em total descaso com os seres humanos, os submetem a torturas psicológicas e também físicas rebaixando-os aos maiores níveis de humilhação que pode existir em uma sociedade considerada livre.
Fica