Resenha do filme bravura indomita
Com humor negro, frases de impacto e figurino excelente, Bravura Indômita intriga seus expectadores e os leva a pensar em valores como lealdade e honra
Depois de arriscar um faroeste velado em “Onde os Fracos Não Tem Vez”, premiado com quatro estatuetas do Oscar em 2007, os diretores Ethan e Joel Coen ousam em seu primeiro longa western. Com 155 milhões de dólares, Bravura Indômita tem, até o momento, a maior bilheteria da carreira dos irmãos. O filme é adaptação de um dos romances de Charles Portis, True Grit, e foi gravado, pela primeira vez, em 1969, com John Wayne na interpretação do oficial Rooster Cogburn.
Reinventado pela dupla, o papel de xerife dessa vez coube à Jeff Bridges que, a propósito, encarnou com maestria a personalidade endurecida do bêbado e rústico homem da lei. O filme é ambientado no Arkansas, onde uma menina de 14 anos, Mattie Ross, interpretada pela novata Hailee Steinfeld, se empenha em vingar a morte do pai.
Os irmãos Coen são conhecidos por trazer às telas personagens retirados do cenário comum que acabam por se envolver em algum tipo de crime ou violência, sempre, claro, com um fundo irônico e sarcástico. No caso de Bravura, a dupla já mostra, nas primeiras cenas, que a pequena Mattie é mais que uma menina entristecida pela perda do pai. Ao negociar como adulta a venda de um cavalo e dois pôneis deixados de herança, ela demonstra maturidade ímpar e exímia retórica. Além disso, a cena em que ela se prepara para a caçada, colocando o casaco e o chapéu do pai, é bastante emblemática, mostra aos expectadores o “ritual de passagem” definitivo da personagem.
A imagem de homem da lei é igualmente desmistificada com o primeiro diálogo entre Mattie e Cogburn, ocorrido enquanto o xerife utilizava a latrina do lado de fora de um bar. Jeff Bridges dá vida ao personagem deturpado com seu característico tapa-olho e suas bebedeiras constantes.
A jovem menina