Resenha Do Filme as Palavras
O que faria se estivesse durante anos da sua vida sem conseguir atingir os seus objectivos profissionais? Seria capaz de prejudicar outra pessoa para atingir esse sonho? Rory Jansen (Bradley Cooper), o protagonista de “As Palavras”, é confrontado com este difícil dilema de ter de decidir entre o sonho de ser escritor ou enfrentar a dura oposição da realidade, nomeadamente, as contas por pagar. A saída para essa prisão surge quando encontra um velho livro por publicar no interior de uma mala que a esposa lhe ofereceu enquanto gozavam a lua-de-mel em Paris. Sem contar nada a ninguém este decide passar o livro a computador. Terá coragem para publicá-lo como seu? De quem será este livro? Poderá viver com as consequências da escolha que vai fazer?
A história de Rory é apresentada ao espectador por Clay Hammond (Dennis Quaid), ou não fosse o protagonista de “As Palavras” um personagem do mais recente livro deste último, num caso de uma história no interior da história, onde a dupla de cineastas estabelece uma estrutura narrativa dual, na qual apresentam em simultâneo a história de Rory e a apresentação do livro de Clay a uma plateia atenta (sobretudo a bela Daniella), que não perde pitada da narrativa do seu novo livro, sobretudo o momento de viragem da vida de Rory, que surge quando este encontra o livro por publicar no interior da mala, decidindo-se por mostrá-lo a um agente literário, como se a obra fosse da sua autoria, o que vai proporcionar-lhe um sucesso inesperado.
Como conseguirá um homem viver com o sucesso de algo que não é seu? Rory cedo descobre que é bem mais difícil que pensava, sobretudo quando lhe surge um idoso (Jeremy Irons) que é o verdadeiro autor do livro e conta a tocante história que se encontra por detrás das palavras, uma história que promete mexer com Rory, enquanto a história do personagem parece mesclar-se com o seu autor, num drama intenso, onde seres humanos comuns são obrigados a lidar com as consequências dos