Resenha do conto o enfermeiro
Nessas narrativas curtas, descobriremos os mesmos temas e os procedimentos literários, ainda mais apurados, que fazem dos romances de Machado de Assis pontos cardeais de nossa Literatura.
Machado se mostra cético quanto à sociedade brasileira e quanto à natureza humana. Mas esse ceticismo é velado, insinuado em frases curtas e de longo alcance, que dão ao leitor o prazer da descoberta. Ele representa o sorriso do narrador que conta a história. Machado de Assis, através de seus contos e romances, consegue ir além dos limites da sociedade carioca, uma vez que seus escritos conseguem se mover no amplo cenário da História e da Literatura.
No conto O Enfermeiro,está, certamente, entre os melhores contos de Machado de Assis. Narrado em primeira pessoa a um interlocutor imaginário, é a história do último enfermeiro do rabugento coronel Felisberto, que esgana seu indócil paciente.
Sofre o drama de consciência, intensificado pela herança do pecúlio do velho, mas a culpa arrefece quando se vê reconhecido por sua dedicação extrema. São todos exemplos maduros do realismo machadiano. O narrador nos relata a história de uma vez em que tinha ido trabalhar como enfermeiro para um riquíssimo senhor de nome Felisberto. Era tão rico quanto ranheta, o que havia motivado os inúmeros pedidos de demissão de enfermeiros anteriores. Por causa disso, o narrador é tratado pelo padre da pequena cidade interior em que estão com toda a atenção, já que é quase a última esperança.
Corre a seu favor o fato de o senhor