Resenha Diario Do Farol
Rebeca de Oliveira Santos Duarte
João Ubaldo (Osório Pimentel) Ribeiro nasceu em Itaparica, estado da Bahia, em 23 de Janeiro de 1941. Bacharel em direito e professor, é também ocupante da Cadeira nº 34 da
Academia Brasileira de Letras. Ganhou vários prêmios literários, dentre os quais o mais importante foi o Prêmio Camões em 2008, maior premiação para escritores lusófonos. Tem entre suas obras de maior destaque o romance Sargento Getúlio, trabalho que foi traduzido para vários idiomas e rendeu ao autor a fama de “sintetizar o melhor de Graciliano Ramos e
Guimarães Rosa”.
Atravessando um período em que o alcoolismo e a depressão permeavam sua vida,
Ribeiro escreveu Diário do Farol. A Editora Nova Fronteira comprou os direitos autorais da obra publicandoa no Brasil no ano de 2002 em 302 páginas de puro ácido e crítica social. O livro foi adaptado para o teatro com o título “Diário do farol: onde as palavras se revelam inadequadas”, e entrou em cartaz em Outubro de 2011.
Quando comparam Diário do farol com O Albatroz Azul, livro que Ribeiro escreveu sete anos depois quando já estava livre do alcoolismo e da depressão, ressaltam a grande diferença existente entre as duas obras, chegando a chamar o último de “solar” e o primeiro de
“soturno”. Ao ler Diário do farol podemos entender o porquê disso.
Logo na epígrafe do livro um mundo de desconfianças é criado com a frase “Não se deve confiar em ninguém” (pag. 7), instigando o leitor a começar a leitura já com um pé atrás.
É um livro escrito em primeira pessoa, narrado pelo personagem principal, que adequadamente se encaixa na descrição de antagonista, tendo em vista que não se esforça para ser bem visto pelo leitor, o chamarei de Personagem.
Ele inicia o texto ameaçando afirmando que o livro é um relato honesto de tudo que aconteceu em sua vida, e ameaça de morte quem ousar não acreditar em suas palavras. Isso cria um paradoxo irônico se