Resenha de Hobsbawm, E., Da revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. RJ, Forense, 1978. Cap. 1-5.
Nesse livro, Hobsbawm descreve o surgimento dos grandes impérios. Os cinco primeiros capítulos do livro estão focados no período entre 1875 e 1914. É interessante ver através desses capítulos o papel que a nova forma do imperialismo, os avanços tecnológicos e a evolução das relações económicas desempenham para interligar o mundo e o dividí-lo entre centro e periferia.
Hobsawm descreve primeiro as mudanças que ocorreram em áreas "desenvolvidas” do mundo entre o fim do século 19 e início do século 20. Há um forte aumento da população urbana e uma diminuição da população rural. Progressos econômicos e tecnológicos trazem melhorias no transporte e produção. A educação de massa reduz o analfabetismo nesses países e contribui para moldar uma nova visão da sociedade, que já tinha sido estimulada pelas duas grandes revoluções francesa e americana e é confirmada pelas mudanças radical na política em direção à liberdade e à democracia.
Em seguida, Hobsbawm descreve as transformações específicas nas economias dos países desenvolvidos/centrais. A deflação e a depressão mundial na década de 1870 levam ao declínio do comércio monopolista britânico e a reformas do capitalismo, com tentativas de aumentar as margens de lucro através de protecionismo, dos trusts, e da gestão da inovação científica. O protecionismo, por sua vez, traz uma nova era de rivalidade entre Estados, com o aumento do papel do governo no comércio e na barreiras alfandegárias. A revolução tecnológica proporciona maior qualidade e volumes de bens de consumo através de produção em massa.
Logo depois, Hobsbawm discute como os países centrais (as maiores economias da Europa) tomam controle do mundo através do imperialismo, que visa a conquista e a colonização dos países da periferia. O imperialismo tem profundas raízes na vida económica e é exaltado como símbolo de status. Os países imperialistas do centro passam a ser