Resenha da dissertação: o arsenal da marinha em mato grosso
A dissertação intitulada: O Arsenal da Marinha em Mato Grosso: Projeto político de defesa nacional e de disciplinarização do trabalho. Do Planalto à planice pantaneira (1719-1873) representa um trabalho de fôlego, primeiro em virtude da sua temporalidade que é de praticamente um século e meio, e segundo pelo conjunto documental riquíssimo, pesquisado nos mais variados arquivos, inclusive os da Marinha, que abarca cronistas como Barbosa de Sá, do período Colonial, até Visconde de Taunay, no pós-guerra com o Paraguai. O trabalho está divido em 4 capítulos, todos bem amarrados aos sub-itens e interligados entre si. Assim, temos: Capítulo 1 – Herança Paiaguá, onde trata sobre a prática cultural dos índios em construir canoas e como esta colaborou para a colonização, lançando luz sobre os grupos indígenas presentes no período anterior à colonização e como será a integração desse elemento nos ideais colonizadores, como por exemplo, a utilização de índios como guias, para conhecer as rotas fluviais. Capitulo 2 – Primeiras instituições de formação dos marinheiros, momento que apresenta a gênese da Marinha Nacional e suas contradições, palco de conflitos entre os segmentos sociais. E assim, observando o processo de disciplinarização de pessoas de origens pobres, geralmente desempregados, que serão submetidos a um regime rígido para a formação de marujos. Capitulo 3 – O Bretão Cuiabanizado e o trem Naval - nessa parte, o autor dedica-se ao papel fundamental que representou Augusto João Manoel de Leverger para a formação da Marinha em Mato Grosso. Para tanto, aponta as situações adversas para a efetivação da construção das Barcas Canhoeiras, como por exemplo falta de mão de obra qualificada e recursos financeiros. Capitulo 4 – A Transferência do