Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Anthony Giddens inicia sua análise sobre a globalização citando dizeres do arcebispo Wulfstan, em um sermão proferido em Nova Iorque (1014), que dizia: “O mundo está numa correria, e está chegando perto do fim”. Com essa fala faz um paralelo com o que estamos vivendo nos dias atuais, onde questiona se estamos vivendo atualmente uma cópia da realidade vivida no passado. Aponta que nossa era foi moldada sob o impacto da ciência, da tecnologia e do pensamento racional, sendo essa cultural industrial insculpida pelo Iluminismo, onde os percussores dessa corrente buscavam a substituição da influência religiosa e dos dogmas por conceitos mais racionais. Asseveravam os filósofos iluministas que quanto maior for a nossa capacidade em observar o mundo e a nos mesmo de maneira racional, mais poderemos ter o controle sobre nossa história voltando-a para nossos próprios propósitos. O que de certa forma é verídico, tendo em vista que moldando nossa história sob uma ótica racional, não estaremos sujeitos e de certa forma obrigados, por exemplo, a seguir aos “mandamentos” religiosos. De acordo com a concepção de Karl Marx, a medida de que a ciência e a tecnologia se desenvolvem teríamos um mundo mais estável e ordenado. Porém, como podemos observar nos dias atuais que, mesmo com intenso crescimento da ciência e tecnologia estamos longe da previsão feita pelos filósofos iluministas, de estabilidade e ordem. Pelo contrário, estamos vivendo – paralelamente aos benefícios trazidos pela tecnologia – o lado obscuro desse desenvolvimento, como por exemplo, o aquecimento global. A globalização sem dúvidas trouxe à vida moderna mudanças em grandes escalas e interferência pontual no cotidiano da sociedade. Notamos tais mudanças na dissociação da mulher do papel apenas de esposa e submissa ao homem, onde atualmente buscam cada vez mais sua autonomia e a equiparação ao homem em direitos e deveres. Outra questão apontada