Resenha crítica: "O que é ciência, afinal?"
Juliana Carolina da Silva Soares
CHALMERS, Alan Francis. O que é ciência afinal?; Tradução de Raul Fiker, São Paulo: Brasiliense, 1993 (da 2ª edição de What is this thing called Science?, 1982)
Alan Francis Chalmers nasceu em Bristol (Inglaterra), em 1939. Formado em Física pela Universidade de Bristol, fez mestrado pela Universidade de Manchester e doutorado em teoria eletromagnética de J.C. Maxwell pela Universidade de Londres. Foi professor a Universidade de Sydney (Austrália), e atualmente atua como professor convidado em diferentes universidades nos Estados Unidos e Grã-Bretanha. Seu interesse profissional na história e na filosofia da ciência começou em Londres, num clima que era dominado pelas opiniões dos professores Karl Popper e Lakatos.
O livro se posiciona sobre o método indutivo na aplicação da ciência. Chalmers sofre influência de Popper e Lakasto, mas discorda das ideias dos mesmos ao evidenciar problemas do método indutivo. Adjetivações são dadas às teorias e métodos de Popper, inclusive o termo “Indutivo ingênuo”, referindo-se a problemas deste método científico.
Chalmers mostra onde, segundo ele, estão as principais falhas do método indutivo através de imagens explicativas e exemplos, especialmente associados à Física e astronomia. Também relaciona soluções para aperfeiçoar a produção da ciência e evitar que esses erros se estabeleçam no campo científico.
No primeiro capítulo, o raciocínio indutivo é o tema principal. O autor subdivide o primeiro capítulo da obra em cinco partes. A primeira enuncia uma concepção de senso comum da ciência, a segunda subdivisão cita o indutivista como ingênuo, fazendo uma crítica ao método indutivo que o autor cita ser em sua maioria, enquanto ciência, completamente equivocada e mesmo perigosamente enganadora.
De acordo com a explicação indutivista, para compreender a natureza devemos observá-la, fazendo-se assim a ciência de observações prévias. Esse tipo de raciocínio nos leva