Resenha crítica- viagens na minha terra
A obra Viagens na Minha Terra do autor português Almeida Garret, que faz parte da primeira geração romântica portuguesa (Nacionalista), trata-se de uma narrativa ficcional dentro de um relato de uma viagem, feita pelo próprio autor, de Lisboa a Santarém.
Garret, ao fazer tal viagem foi relatando os acontecimentos, reais, que vivenciava ao longo do trajeto. Foi ao chegar à Santarém que começa a ficção dentro de sua obra. Inicia, então, a história de Carlos e Joaninha, dois primos e amantes. Joaninha era uma doce menina que cuidava de sua avó cega, a Dona Francisca (que guardava um segredo sobre Carlos e Frei Dinis) e ambas recebiam a visita de Frei Dinis todas as semanas.
Na época, Portugal estava diante da Guerra Civil (Absolutistas x Liberais Constitucionalistas) e Garret atribui, ficcionalmente, a personagem de Carlos o papel de guerreiro da parte absolutista. Carlos, que era casado com Georgina, estava ferido da guerra e instalou-se perto do vale onde Joaninha morava. Lá, os primos viveram um romance e trocaram juras de amor.
Dona Francisca revelou a Carlos que ele era filho de Frei Dinis, com isso, Carlos deixa Joaninha e parte de volta à sua casa para continuar vivendo com sua esposa. Joaninha morre. Carlos e Georgina se separam. E, Carlos vira barão.
É possível perceber na obra um caráter da troca do bem imaterial (amor) pelos bens materiais (riqueza, prestígio). Carlos, prefere largar sua adorada Joaninha para tornar-se barão, como é possível ver no trecho da carta que ele deixou a ela “Adeus, Joana; adeus, prima; adeus, irmã da minha alma! (...) e esquece-me (...) Creio que me vou fazer homem político”
A primeira geração romântica de Portugal é caracterizada pelos traços políticos, nacionalistas, medievalismos e clássicos, nas obras, como em “Uniforme tão militar, tão nacional, tão caro a nossas recordações – que essas gentes, prostituidoras de quanto havia nobre, popular e respeitado nesta terra, proscreveram