Resenha crítica - perigos de uma única história
TED (Tecnologia, Entretenimento e Design) é uma organização privada sem fins lucrativos, que promove palestras principalmente na Ásia, Europa e EUA. Seus palestrantes discutem basicamente os assuntos que compõe sua sigla, ou seja, tecnologia, entretenimento e design, buscando a disseminação de ideias pelo planeta. Em 2009, a entidade trouxe para uma de suas palestras, Chimamanda Adichie, escritora nigeriana, premiada por três livros, cujas escritas abrangem principalmente questões étnicas e sociais. Adichie passou por quatro universidades americanas, incluindo Connecticut e Yale, sendo que na ultima cursou mestrado sobre estudos africanos. Seu trabalho é muito conectado com seu país de origem e a suas experiências de vida.
Em sua palestra, a escritora aborda “Os perigos de uma única historia”. Dentro do tema ela procura mostrar o grande emprego de estereótipos no mundo, trazendo exemplos seus principalmente. Conta que quando era criança, costumava ler livros americanos e britânicos, que traziam personagens brancos de olhos azuis, que comiam maçãs e falavam sobre o tempo ensolarado. Isso foi determinante para Adichie compreender o real perigo de uma historia única, pois morando na Nigéria, com outra cultura e outras pessoas, podia ver que aquilo não era a realidade de todos, como se fazia nos livros. Já nos Estados Unidos, ela vivenciou vários episódios que apenas a fizeram confirmar a grande estereotipia existente. Sua colega de quarto se chocou ao saber que inglês também era a língua oficial na Nigéria. Além disso, ficou bastante desapontada quando pediu para ouvir o que chamava de “música tribal” e acabou escutando Mariah Carey. Sua colega de quarto tinha uma única historia sobre a África: pena. Ainda na faculdade um professor disse que um romance escrito por Chimamanda não era autenticamente africano, porque as personagens daquela obra se pareciam muito com ele, um homem educado de classe média, que dirigiam carros e não estavam famintas.