Resenha crítica - informar não é comunicar
No conceito atual de muitos, informar é o mesmo que comunicar. No livro de Dominique Wolton podemos observar que são coisas distintas, apesar de caminharem juntas. O autor ressalta que a comunicação precisa da informação para exercer o seu papel, mas é um processo muito mais complexo, já que é preciso uma interação com o receptor. Não conseguimos prever com precisão a reação do receptor, sua interpretação e sua forma de filtrar a informação, pois isto pode acontecer de variáveis maneiras. Por mais que a tecnologia acelere o processo de interação e pode facilitar no processo de comunicação, o autor afirma que isto apenas auxilia a ideologia tecnista na sua racionalidade e funcionalidade, aplicadas em modelos cibernéticos, mas ainda assim não substitui os encontros que são feitos pessoalmente, como ele afirma: “Quanto mais se pode estabelecer facilmente contatos, mais há vontade de se ver fisicamente melhor. Somos seres sociais, não seres de informação. De qualquer maneira, as considerações seguintes não dizem respeito ao papel da internet nas ditaduras, mas às democracias pluralistas” (WOLTON, 2010, p34.).
O autor destaca a importância do jornalismo e do jornalista, e ressalta que não é qualquer pessoa que pode desempenhar o papel do jornalista; é necessário uma avaliação e hierarquização das notícias. O autor também aponta que hoje em dia o jornalista não tem o monopólio da informação, e, realmente, seria impossível, todos poderem consumir e produzir informações em questão de segundos em qualquer lugar do mundo, porém o jornalista é responsável pela legitimação da informação-notícia em qualquer suporte, ou seja, ainda se tem muito valor em quem publica e pode ser intermediário no processo de comunicação.
A comunicação se dá em três dimensões: cultural, econômica e tecnológica. Nos dias atuais somos cada vez mais englobados e consumidores de informações nesses aspectos. Isto pode ser considerado comunicação, já que comunicar é