Resenha crítica - Guerra suja na cidade intolerante
Na nossa metrópole que em geração de riqueza só perde para o país e para o Estado de São Paulo, marchando para ser a terceira maior do mundo atrás de Tóquio e Cidade do México, dá-se uma guerra surda. De um lado, um indefeso exército de 4 milhões de pobres, justamente os que produzem riquezas, e de outro um poderoso trio: especuladores imobiliários, construtoras e agentes do poder público. Sob o pretexto de “limpar a cidade”, a trinca passa seus tratores sobre casas e barracos, leis, sobre a própria Constituição e o direito básico à moradia e à inviolabilidade do lar. Enchem bolsos cada vez mais cheios e condenam os pobres a uma vida cada vez mais indigna.
O texto do jornalista João de Barros discorre sobre dois problemas semelhantes em duas favelas distintas. A favela Jurubatuba e a favela do Moinho.
Para a construção de um grande residencial a empresa Gafisa juntamente com a prefeitura, pretende desabrigar 36 famílias da favela Juatuba que fica localizada ao lado do terreno que será construído o residencial Magic Residencial Resort, as famílias residem na favela cerca de vinte anos.
Para que a favela não fosse empecilho à venda dos luxuosos apartamentos, a construtora Gafisa cobriu as casas com floreiras e um “megaoutdoor”. Para a desocupação da área em parceria com a Construtora Gafisa, ofereceu ilegalmente uma indenização, chamada de cheque despejo no valor de 15 mil reais para que a população saísse do local. Soube-se, ainda, que a Gafisa havia repassado a quantia de 25 mil reais para cada casa, a fim de que a Prefeitura indenizasse os moradores, no entanto, a prefeitura só ofereceu 15 mil reais a cada residência.
Outra frente dessa guerra suja é a construção de um parque onde hoje fica a favela do Moinho, na região central de São Paulo, isso porque a Prefeitura de São Paulo quer mudar o trajeto de uma linha de trem. A área fica localizada no bairro de Campos. A rede Ferroviária foi a leilão e as empresas