Resenha crítica do livro Sociologia da Comunicação

Em determinada época o Homem deixa de lado a sua preocupação sobre a origem das coisas para se perguntarem sobre a natureza do ser. Parmênides foi precursor de uma tradição de pensamento que se baseia na permanência: as coisas possuem uma essência imutável. Essa via dominou a filosofia durante dois milênios e dela derivou-se o platonismo e o aristotelismo. Já ai é possível perceber falhas no discurso, que tenta defender uma permanência do ser, uma não movimentação. Platão continua esse pensamento defendendo a existência de uma dimensão espiritual: o mundo sensível. Acima desse mundo está o campo das Ideias, sendo esse termo relacionado com a algo que o pensamento se dirige em estado puro, a “essência da coisa”.
Duns Scot no século XIII a partir de sua “teoria da distinção” propõe uma individuação baseada na ideia de que cada ser tem algo de original que o diferencia dos demais, se reconhecendo singular e irrepetível. A partir desse pensamento é possível analisar como a comunicação poderia ser um processo imóvel e lógico, se os seus integrantes são diversos e imprevisíveis¿ Também nesse século, inicia-se com Guilherme de Ockham a desmontagem da metafísica. Segundo ele o mundo é constituído por um “conjunto de indivíduos”, exigindo múltiplas hipóteses explicativas. Da-se ênfase ao modo como os fenômenos acontecem, a função que desempenham, fundamentando assim uma corrente de pensamento denominada funcionalismo. Tal teoria considera o complexo de indivíduos, que formam a sociedade.
O iluminismo europeu investiu na razão humana para libertação da ignorância, por meio do conhecimento científico. Busca-se então transmitir à filosofia o método exato da matemática para obter certezas contra as demonstrações baseadas puramente nas opiniões por meio das ideias de René Descartes. Locke defende que as ideias vêm da experiência. Somente a partir das impressões sensíveis pode-se construir o conhecimento. Essa recusa do eu como fonte de verdade, legitima a necessidade da