Resenha Crítica do filme "Fale com ela"
Isis Dutra e Jéssica Batista
Fale com ela
Direção e Roteiro: Pedro Almodóvar
Gênero: Drama e Comédia
Produção: Espanha, 2002, El Deseo
Distribuidor no exterior: Sony Pictures Classics
Com: Javier Cámara, Leonor Watling, Elena Anaya
Não é necessária uma ótima produção, e de alta tecnologia para que o filme “Fale com ela” aborde e retrate de forma singela dois temas importantes na atualidade: o estupro e a falta de ética profissional.
O autor Pedro Almodóvar faz uma narrativa de dois núcleos. Ele nos apresenta a história de Alicia (Leonor Watling) e Benigno (Javier Cámara), e de Katarina (Geraldine Chaplin) e Marco(Darío Grandinetti) paralelamente. Mais à frente, ele as cruza no momento em que Katarina sofre um acidente e é internada no mesmo hospital em que Alicia está. Alicia se encontra em coma, e Benigno, seu enfermeiro apaixonado por ela, cria uma amizade com Marco, que se sente numa situação semelhante à de Benigno, por sua mulher também ter entrado em estado de coma.
O tema foco do filme é algo que não está sempre em transparência na mídia, e na consciência da população. A trama voltada para Alicia e Benigno, que demonstra ser um rapaz bondoso, prestativo e carismático, nos surpreende com uma obsessão por Alicia, que o faz persegui-la antes de conhecer, se consultar com seu pai para poder vê-la, e estuprá-la depois de quatro anos cuidando do seu coma. Foi felizmente bem colocada a inocência de Benigno em alguns aspectos, e sua sanidade mental duvidosa em outros. Os fatos que decorreram ao longo do filme, evidenciam exatamente como acontecem os crimes de estupro dentro de hospitais. Apresenta também a falta de ética profissional em casos onde não há supervisão de tudo em relação aos pacientes; como exemplo disso uma paciente em coma que passa o dia todo com um único enfermeiro.
O núcleo de Benigno e Alicia é o principal, porém, a história de Marco e Katarina se entrelaça com a deles de forma