Resenha crítica - Capitães da Areia

Jorge Amado de Faria, comumente conhecido apenas por seus dois primeiros nomes, foi um escritor do século XX característico por suas obras polêmicas de cunho social. Nasceu em Itabuna, sul da Bahia, em 1912. Trabalhou na imprensa e cursou direito no ano de 1931, onde foi um dos primeiros colocados na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro. No mesmo ano vê seu primeiro romance a ser publicado pela Editora Schmidt: “O país do Carnaval”. Entre 1936 e 1937 participou da Aliança Nacional Libertadora, movimento de esquerda do Brasil. Em 1959 ingressou na Academia Brasileira de Letras. Suas obras, apesar do tempo, repercutem nos dias atuais assim como antes, sendo que “Capitães da Areia” é uma dessas obras de grande repercussão.
O livro “Capitães da Areia” retrata a vida de meninos da Bahia que se encontram em situação de rua e têm como quartel general um trapiche abandonado, localizado na praia. A obra é dividida em três partes: "Sob a lua, num velho trapiche abandonado", "Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos" e "Canção da Bahia, Canção da Liberdade".
Na primeira parte é possível conhecer a vida dos meninos tão temidos pelos moradores de Salvador. Pedro Bala, que possui este nome por sua agilidade e por seu pai, que “morrera de um balaço” chefiando uma greve, é o chefe do bando. Professor desenha e é o único dos meninos que sabe ler e escrever, por isso lê os jornais e conta histórias ao resto do grupo. Sem Pernas é um menino coxo e astuto, que usa sua deficiência como meio de se aproveitar das mulheres caridosas que o acolhem. Volta Seca é um dos meninos e tem fixação por Lampião, a quem chama de “padrinho”. E Gato, que tem esse nome por ser o mais vaidoso dos meninos, tem um caso com uma meretriz com quem se encontra por volta das vinte e três horas.
A segunda parte é caracterizada pela chegada de Dora ao grupo. Órfã e com um irmão para criar, Dora aceita a ajuda que João Grande e Pirulito oferecem-na após conta-los sua situação atual.