Resenha crítica: Cana e soja no Cerrado
Desde a segunda metade do século XX o cerrado e sua produção agropecuária é usada em prol de uma modernização conservadora, que visa incorporar esses ao mercado internacional.
Como parte do projeto, esse espaço passou a ser usado para atender o mercado externo, complementando o mercado interno, o que faz com que a criação de gados e a agricultura o ocupe em sua maioria.
Depois de tal incorporação capitalista, as terras do cerrado, cada vez mais, ganham espaço no cenário nacional e internacional, estabelece luxos e prioridades, que formam condições essenciais a seu bom funcionamento.
Nesse cenário, ocorre também o crescimento da produção sucroenergética, que, impulsionada por políticas públicas e pelo mercado, atraiu capital nacional e estrangeiro. Ampliou-se as áreas de cultivo da cana –de- açúcar e promoveu-se a abertura de novas unidades industriais para dar base suficiente ao processo. Ocorre então a formação de um meio técnico-científico-informacional.O crescimento de tal setor provoca disputas capitalistas pelo espaço e pela produção.
A territorialização e a formação espacial
Por conta de grande alvoroço em torno de tal desenvolvimento, há a ocorrência de grande formação espacial. Onde há desenvolvimento, há pessoas.O Centro-Oeste se tornou o responsável por maior parte da produção de soja (45%), milho (30%) e rebanho bovino (35%), fato proporcionado pela aplicação de capital e tecnologia.
A agropecuária capitalista aplicada no cerrado consiste na integração de produção agrícola, industrial, armazenamento e circulação. Essa integração provoca melhor uso de terras, maior reprodução de capital e divisão social. A aplicação desse mecanismo intencional requer tempo e grande credibilidade e tem como objetivo acelerar a incorporação desse espaço no cenário global.
Para identificar os mecanismos de territorialização e formação do meio, Aracri (2010) aponta quatro mecanismos: os