resenha critica

FACULDADE REGIONAL DA BAHIA
BACHARELADO EM DIREITO – ALAGOINHAS

Fernanda Santana Lima1

Resenha crítica de Marxismo e filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin2

BAKHTIN, Mikhail. Estudo das ideologias e filosofia da linguagem. In. Marxismo e filosofia da linguagem. 12 ed. São Paulo: Hucitec, 1997 (p.29-37).

Mikhail Bakhtin foi um filósofo marxista russo que viveu entre o fim do século XIX e os anos de 1970, tendo destinado toda a sua obra ao estudo crítico da linguagem. Um de seus livros mais expoente é Marxismo e filosofia da linguagem, publicado originalmente entre 1929 e 1930, sendo que a autoria foi dada a V. N. Volochínov, amigo e aluno de Bakhtin.
A primeira parte do livro é uma introdução geral aos aspectos mais específicos que são tratados em cada parte seguinte. Ou seja, o livro se inicia com um esforço de aplicar a filosofia marxista a estudos da linguagem, revelando, de uma só vez, a insuficiência de antigas escolas linguísticas (principalmente o estruturalismo) no que diz respeito aos aspectos sociais da língua e dos estudos marxistas sobre a linguagem. Entretanto, essa resenha se destina apenas ao primeiro capítulo.
Intitulado “Estudo das ideologias e filosofia da linguagem”, este primeiro capítulo tem a preocupação de analisar as relações entre ideologia e linguagem, enfatizando a função do signo, da consciência e da palavra nessas relações.
Nesse sentido, Bakhtin defende claramente que “tudo que é ideológico é um signo. Sem signos não existe ideologia” (p. 29, grifos do autor). Ou seja, uma ideologia só se sustenta se se apropria de um conjunto de signos para veicular suas ideias e valores. De acordo com o autor, toda ideologia usa de instrumentos de produção e de produtos de consumo (corpos físicos, naturais ou sociais) como veículos de seus enunciados, citando como exemplo a foice e o machado nos emblemas comunistas russos. O corpo físico em si é neutro de ideologia, mas o signo é impresso aí como força