Resenha critica "o guarani"
Cristian Santos
Vilson Francisco Selch
ALENCAR, José de. O guarani. 10 ed. São Paulo, Ática, 1985, pg 280.
José Martiniano de Alencar foi um jornalista, político, advogado, orador, crítico, cronista, polemista, romancista e dramaturgo brasileiro, formou-se em Direito, escritor de obras com estilos variados, este escritor cearense criou romances que abordam o cotidiano. Deste estilo literário, também conhecido como romance de costumes, destacam-se os livros: Diva, Lucíola e A Viuvinha. Foram também de sua autoria os romances regionalistas: O Sertanejo, O Tronco do Ipê, O Gaúcho e Til. Dos romances históricos fazem parte: As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates.
Em “O Guarani”, a literatura adquire a função de formadora da identidade nacional, de redefinição do homem brasileiro, ainda carente de matriz própria alimentadora de seu caráter cultural e social, cujos valores, ainda atrelados ao país colonizador, eram agentes que impediam de uma identidade nacional autônoma. É um romance de autoafirmação brasileira, que busca no índio e no português, nessa mistura de raças e povos com espíritos guerreiros, valorosos e vencedores, o homem genuinamente brasileiro. Pelo menos é essa a visão idealizada que o romance, propositadamente, tenta transmitir. “O Guarani” é um romance histórico, pois busca em relatos reais a respeito da natureza e do povo indígena, a moldura onde se enquadram seus elementos míticos e ideológicos. A gestação do caráter do homem nacional com valores próprios passaria na visão de Alencar, por essa mistura salutar do valoroso homem português com o destemido indígena, delineando, assim, o caráter e a identidade nacionais. Alencar valeu-se de relatos históricos de cronistas, missionários e viajantes para dar vida ao cenário da história, mas também para que o leitor da obra pudesse identificar como sendo verdadeiros, ou próximos da verdade, aqueles personagens descritos no livro, para que estes pudessem ser