Resenha critica fronteiras da narrativa historica
Eric Hobsbawm é um dos maiores nomes da historiografia moderna. Crítico do pós-estruturalismo organizou, com outros historiadores, o Grupo de Historiadores do Partido Comunista Britânico que deu origem a chamada Nova Historia Intelectual, de orientação marxista. As principais obras deste autor são: “A Era das Revoluções”, “A Era do Capital”, “A Era dos Impérios”, “Era dos Extremos”, “Tempos Interessantes”, “Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo”, “Ecos da Marselhesa”... Com base na análise da prática historiográfica, o autor conclui que o período contemporâneo é caracterizado muito mais pela preocupação e interesse em questões conceituais ou metodológicas do que nas pesquisas concretas em si, o que leva a disciplina histórica a passar por vários modismos e ser utilizada como ferramenta política nas mãos de grupos xenófobos e/ou fundamentalistas – político e/ou religiosos. O autor é considerado um dos principais neo-marxistas – junto com Thompson, Anderson... – pois, conforme salienta no prefácio da obra da qual este artigo foi extraído, defende
[...] a opinião de que aquilo que os historiadores investigam é real. O ponto do qual os historiadores devem partir, por mais longe dele que possam chegar, é a distinção fundamental e, para eles, absolutamente central, entre fato comprovável e ficção, entre declarações históricas baseadas em evidências e sujeitas a evidenciação e aquelas que não são. [...] sem a distinção entre o que é e o que não é assim, não pode haver história. (p.8)
Nesta afirmação faz questão de posicionar-se como um crítico às concepções que defendem que não existe fato, ou melhor, que estes são apenas constructos do intelecto social, ou seja: discursos. É com tal postura que Hobsbawm desenvolve sua obra e o artigo aqui resenhado.
Artigo este produzido para um público especial em um contexto histórico peculiar mas de grande valia para a compreensão da história , seus usos e abusos, principalmente do ponto de