resenha critica do filme Perdao Mister Fiel

PERDÃO, MR. FIEL
Tendo como personagem principal o operário Manoel Fiel Filho, alagoano nascido em 1927 na cidade de Quebrangulo, o documentário mostra a maneira como o sistema implantado durante a ditadura militar para prender e torturar quuem apoiava a “rebeldia partidária” do comunismo funcionava e as consequências do intervecionismo dos EUA na america latina nesta época, doutrinando os militares brasileiros e apoiando o golpe militar como tentativa de não ser sufocado pelo sistema socialista que Cuba estava tentando impor na América Latina durante a Revolução Cubana.
O operário metalúrgico Manoel Fiel Filho foi retirado do seu trabalho com a justificativa de prestar maiores esclarecimentos sobre o jornal comunista “A Voz Operária”, levado para o porão do DOI-CODI sem sequer um mandato judicial, ele era mais um suspeito de realizar atividades políticas de oposição ao governo. Torturado durante dois dias para entregar colegas e revelar detalhes da base comunista criada por Antônio Flores na fábrica metalúrgica onde trabalhavam, Manoel foi morto.
A versão oficial do governo foi suicídio, versão comum dita pelos oficiais para justificar a morte destes presos na época. As técnicas de tortura eram tantas e tão cruéis que não era difícil imaginar a morte como um sonho. Práticas como essa eram rotineiras na sede do DOI-CODI, a tortura era um total e completo processo de desmoralização. Para os torturadores não fazia diferença a quantidade de mortes causados por este sistema de torturas, deste que houvesse uma aniquilação do partido comunista no país.
Este é sem dúvida um documentário que traz a tona um sentimento de trauma político para todo o país, que teve este capítulo de sua historia escrito com sangue e sofrimento causados pelos golpes de opressão impostos pela ditadura militar.

Renata Bello Vasconcelos - Jornalismo