Resenha Critica De Paideia
A origem grega do conceito de paideia, entendida como a busca do sentido de uma teoria consciente da educação e do agir do homem em sociedade, permanece como um ideal arquetípico para a Filosofia. Em sua constituição histórica a Filosofia tematiza de diversas maneiras e em diferentes tradições sistêmicas esta problemática fundante. Este tema emerge como uma questão central no mundo constituído dos homens e dele recebe um fundamento racional a partir do século IV a.C. Platão e Aristóteles debruçam-se sobre a tarefa de justificar racionalmente a existência social do homem. Os Sofistas foram considerados os fundadores da ciência da educação. A transformação da ciência numa técnica esteve sempre presente na tensão histórica deste campo de investigação. A própria política é uma téchné, para os gregos, que se traduz numa prática de núcleo espiritual que conserva unidas a comunidade e a civilização humanas. A educação ética e política é o traço fundamental da essência da verdadeira paideia. A educação é assumida como ação consciente. A educação para os gregos é a manifestação do esforço constante da poiésis e do pensamento grego para conseguirem uma expressão normativa da forma do homem. Poiésis e episteme se fundem na paideia.
Na pólis do séc. IV a.C. o conceito de paideia supera a vinculação limitada à instrução da criança. Trata-se de uma reflexão sobre a formação do homem para a vida racional na "pólis". Aplica-se à vida adulta, à formação e a cultura, à sociedade e ao universo espiritual da condição humana. A construção histórica deste mundo da cultura atinge o seu apogeu no momento em que se chega à idéia consciente de educação. (Jaeger, Werner, paideia, Martins Fontes, 1986, 244-246)
Nas origens da Filosofia, portanto, encontramos um eixo cultural sobre a reflexão antropológica, o ser do homem e do mundo. Sócrates apresenta uma paideia avançada com relação à paideia sofista e às concepções da paideia antiga, de cunho aristocrático e