RESENHA CRITICA 1
Nascido em 1924, Marc Ferro logo demonstrou seu interesse pela História. No início da carreira, teve muitas dificuldades para se inserir no universo acadêmico fechado francês. Mas foi auxiliado pelo historiador Fernand Braudel, que soube reconhecer seus talentos. Como acadêmico, foi codiretor da revista Les Annales (Économies, Sociétés, Civilisations), ensinou na l’École polytechnique, foi diretor de estudos na IMSECO (Institut du Monde Soviétique et de l’Europe Central e Oriental), membro do Comitê de redação do Cahiers du monde russe et soviétique e professor visitante nos EUA, Canadá, Rússia e Brasil. Sua estadia na Argélia, em pleno fervor revolucionário, também não pode ser esquecida. De volta a França, ajudou a organizar comitês de solidariedade aos argelinos.
No mundo acadêmico, Ferro é mais conhecido por ter sido o pioneiro, no universo historiográfico, a teorizar e aplicar o estudo da chamada relação cinema-história. O início desta caminhada foi marcado pela publicação de um artigo chamado "O filme: uma contra análise da sociedade", na obra coletiva Faire de l’histoire, dirigida por Jacques Le Goff e Pierre Nora. Desde então, escreveu livros sobre o tema, desenvolveu inúmeras pesquisas utilizando o filme como fonte de estudo e realizou alguns filmes.
Escreveu importantes obras também sobre assuntos diversos da história do século XX, além da incursão em áreas mais distantes, como a história da medicina e a história da colonização, demonstrando sua inquietude e curiosidade intelectuais, distantes das camisas de força de qualquer especialização.
O autor no capitulo colonização ou imperialismo associa histórias de colonização e ocupações de terras estrangeiras. A tradição costuma datar o colonialismo a partir dos Grandes Descobrimentos, assim como, combina a expansão de países como Portugal, Espanha e Inglaterra