Resenha Cr Tica Do Auto
Resenha Crítica O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vincente, é um livro escrito para o teatro, nos mesmos moldes de Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. A história vai mostrar uma sátira a sociedade lisboeta do século XVI , mostrando as características que o autor abominava nessa sociedade através do estilo de vida dos personagens presentes no livro. Eis que os personagens são: O anjo, que navegava a barca celeste; o diabo e seu companheiro que conduzem a nau infernal; o fidalgo, que representava os nobres ociosos presentes em Portugal; o onzeneiro, que simboliza o pecado da usura, além da classe dos agiotas; o parvo, ganhou sua salvação e embarca na nau da glória, pois representa o povo português, rude e ignorante, porém de bom coração e temente a Deus; o frade, que representa os maus sacerdotes; a alcoviteira ou cafetina chamada Brísida Vaz, que simbolizou a feitiçaria e a degradação popular; o judeu que representava os infiéis, a classe judia era tão desprezada na época que o diabo o leva de reboque ao inferno; o carregador e o procurador que encarnam a burocracia jurídica da época; como símbolo da perdição e falta de fé temos o enforcado; e por fim, os quatro cavaleiros, que representavam a força católica na luta contra os mouros, simbolizando a força católica da época, esses personagens subiram na barca da glória. Essa história foi feita em um período de transição, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, ou seja, o seu texto possui características de ambas as épocas. Da Idade Média ele leva ao pensamento em relação a Deus. Já a sua postura de Idade Moderna vem a partir de suas críticas a sociedade, pelas já explicadas características dos personagens. Por fim, vemos um autor maduro, que, após muitos livros publicados e peças retratadas, nos brinda com uma das maiores obras-primas da literatura renascentista portuguesa, nos dando em suas poucas e significativas páginas o retrato de uma sociedade antiga, apresentando