Resenha boris fauto

1416 palavras 6 páginas
Catharina Villela Costa Lincoln

A REVOLUÇÃO DE 1930: HISTÓRIA E HISORIOGRAFIA BORIS FAUSTO

Em A revolução de 1930: História e Historiografia, Boris Fausto pretende, segundo suas próprias palavras “contribuir – através da análise de um episódio significativo – para o esforço de revisão histórica da Primeira República, que procura mostrar a inconsistência de um modelo corrente”[1]. Qual seja, aquele que, grosso modo, explica as tensões da primeira república que desembocam na revolução de 1930 como produto do antagonismo entre um setor agroexportador associado ao imperialismo e um outro composto pelas burguesia industrial, classes médias e forças armadas, dotado de idéias liberais e preocupado com o desenvolvimento da indústria nacional e do mercado interno. Sua argumentação passa, inicialmente, por uma discussão historiográfica em torno do modelo dualista. Em seguida, por uma análise da situação objetiva da indústria brasileira na década de 1920, do peso político da burguesia industrial no país e de sua intervenção como fração de classe no episódio revolucionário de 1930. Reflete também sobre o papel das classes médias na mesma época e episódio e suas relações com o movimento tenentista. Finalmente, apresenta, do seu ponto de vista, qual a real correlação de forças do movimento revolucionário que dá fim à primeira república e à hegemonia da burguesia cafeeira na política nacional. Os debates historiográficos que embalam todo o texto contam com nomes como Caio Prado Júnior, Celso Furtado, Nelson Werneck Sodré, Fernando Henrique Cardoso, Andrew Grund Funker, Virgínio Santa Rosa, Guerreiro Ramos, Hélio Jaguaribe, Francisco Weffort, dentre outros. O arsenal de fontes primárias também é bastante rico, composto por Anais (da Assembléia Constituinte de 1934, da Câmara do deputados de 1924-1930, do Senado Federal de 1924-1930, do Congresso Nacional de 1927-1930), dados estatísticos ministeriais, jornais da época, documentos de legislação,

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