Resenha - Aula: Aula inaugural da cadeira de semiologia literária do colégio de França
Autor: Roland Barthes
Título (subtítulo): Aula: Aula inaugural da cadeira de semiologia literária do colégio de França
Imprensa: CULTRIX, São Paulo, Brasil, 2007
Número de páginas: 47 páginas
Credenciais do autor
Barthes nasceu em Cherbourg, na França, em 1915. Sua carreira intelectual foi atípica. Tendo sofrido de tuberculose com várias recaídas, começou sua carreira como professor no estrangeiro e passou parte do tempo da Segunda Guerra em sanatórios. Somente nos anos de 1950 começou a ser notado como ensaísta literário originalíssimo (O grau zero da escrita), crítico de teatro e autor de crônicas ferinas em que analisava os mitos da sociedade francesa contemporânea (Mitologias). Nos anos de 1960, tornou-se orientador de pesquisas na École Pratique des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, onde se notabilizou como um dos representantes mais famosos do estruturalismo (Elementos de semiologia, Crítica e verdade, Sistema da moda).
O que o autor propõe?
Para Barthes, o poder está impregnado em todas as relações sociais, por mais sem valor que estas sejam. Sua manifestação suprema seria a linguagem. Assim, a própria estrutura da língua refletiria imposições sociais e relações de poder estabelecidas, moldando as mensagens formuladas nela. “Fascista” é o termo que o autor emprega para descrever a língua, em um floreio retórico.
Ao falar em linguagem, esse livro de Barthes revela-nos, que o aparentemente, poder da língua e sua aprendizagem é mais do que decifrar signos, é muitas vezes, uma submissão a suas exigências, normas e classes gramaticais, já que diversas práticas alimentam nela a ilusão da compreensão.Ao contrário, para Barthes, é preciso ser rigoroso, porque o texto se perfaz com os saberes que apresenta, sem se dobrar a eles.
O impacto dessas mudanças sobre o sujeito, ou seja, a apropriação da leitura e da escrita e a incorporação das práticas sociais que as demandam, trata-se de um conjunto de práticas