Resenha - Agônia e Êxtase
(138 min.), som, color., legendado.
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"Agonia e Êxtase" é um filme americano de 1965, do gênero épico, dirigido por Carol Reed. O película se trata do projeto de pintura da Capela
Sistina, em Roma, e teve seu enredo baseado no livro The Agony and the
Ectasy, publicado em 1961, de Irving Stone. O filme retrata a conflituosa relação entre o Papa Júlio II e Michelangelo Buonarroti. O Papa chama o artista para pintar o interior da Capela Sistina e, mesmo preferindo a escultura à pintura, acaba aceitando a proposta. Desanimado e insatisfeito com o próprio rascunho, Michelangelo deixa Roma e vai para Carrara, onde se inspira e resolve assumir o trabalho e começar a pintar o teto. A partir daí, vemos como era a relação entre mecenas e patrocinado. A relação entre eles retrata os conflitos da época: um vive para Deus e o outro para arte. É a divergência entre a vontade do artista e a fé. Esse conflito dá origem a diálogos e discussões que são o ponto alto deste filme.
O filme nos dá noção de como era a mente conturbada e cheia de dúvidas do artista. Michelangelo muitas vezes vai contra ordens e sugestões do Papa, e segue sua vontade. É possível vermos nas pinturas da capela traços maneiristas, como os corpos bem marcados pelos músculos, que é algo que se aproxima da realidade e afasta-se da beleza perfeita do classicismo renascentista. Já é notável outros traços como a distorção das proporções do corpo, uma propensão ao amadurecimento das feições, ao exagero e ao drama. Segundo Arnold Hauser "não há praticamente um mestre da Alta
Renascença em que tendências anticlássicas não tenham se manifestado desde cedo"1, ideia essa claramente comprovada nas pinturas (e esculturas) de Buonarroti. As divergências entre o Papa e o artista, e entre o que esse queria pintar e o que lhe era mandado, é característico do clássico. Ainda segundo Hauser "o classicismo era na realidade um