Resenha abc do desenvolvimento urbano capitulos 7 8
As problemáticas urbanas não são tão simples a ponto de podermos explica-las a partir da primeira impressão que temos delas, sendo necessária uma análise mais criteriosa para discutir a origem e uma possível solução a esses problemas. Como exemplo dessa afirmação o autor apresenta o caso da conhecida suposição de que quanto maior uma cidade maior a quantidade de problemas que ela apresenta, a qual pode ser facilmente contestada ao compararmos Londres, que tem 12 milhões e meio de habitantes, com Recife, com apenas 3 milhões de habitantes, e o que vemos é que Londres não apresenta quatro vezes mais violência, poluição, por exemplo, do que a última.
Esse é apenas um caso de falácia popular, a qual é uma interpretação simplista das problemáticas enfrentadas na cidade, que leva em conta muito mais algumas aparências do que estudos criteriosos sobre os problemas. Ainda assim, uma falácia pode conter informações que não são apenas uma interpretação de senso comum tolas. Para enxergar essa situação, vemos o caso da afirmação sobre a relação entre a pobreza e a criminalidade violenta, a qual supõe que aquela é causadora dessa última, e que claramente não leva em conta a mediação de valores culturais, os fatores político-institucionais nem as diferentes escalas que o problema pode assumir. Comparando Calcutá, na índia e o Rio de janeiro, vemos que mesmo a primeira cidade tendo um número de pobres absolutos muito maior que a segunda, ela ainda apresenta índices de violência muito menores. E sobre o fato das falácias, e dessa a qual venho me referindo principalmente, terem aspectos que refletem um pouco da verdade, vemos que uma cidade, a qual desde suas origens já é qualitativamente problemática, tende a agravar o quadro em que se encontra, e as pressões quantitativas são uma maneira de acelerar esse processo, mesmo que não tenham fundamentalmente criado os problemas. Por isso