resenha 18 do brumário de luís bonaparte
"cavalheiro" e membro da classe dominante, e, vice-versa, o status de nobre ou de gentilhomem
(que dava privilégios políticos e sociais e era ainda de fato a única via para os mais altos postos do Estado) era inconcebível sem uma propriedade. Na maioria dos países da
Europa Ocidental, a ordem feudal implícita nessa maneira de pensar estava ainda muito viva politicamente, embora fosse cada vez mais obsoleta em termos económicos. De fato, sua própria obsolescência económica, que fazia com que os rendimentos dos nobres e cavalheiros fossem ficando cada vez mais para trás em relação ao aumento dos preços e dos gastos, levava a aristocracia a explorar com intensidade cada vez maior seu único'bem económico inalienável, os privilégios de status e de nascimento. Em toda a Europa continental- os nobres expulsavam seus rivais mal-nascidos de todos os cargos rendosos no serviço da coroa: desde a Suécia, onde a proporção de funcionários plebeus caiu de 66% em 1719 (42% em
1700) para 23% em 1780', até a França, onde esta "rea-ção feudal" precipitou a Revolução
Francesa (veja o capítulo 3). Mas mesmo onde estivesse claramente abalado sob certos aspectos - como na França, onde era relativamente fácil passar à condição de nobre proprietário, ou, mais ainda, na Inglaterra, onde esse status era a recompensa para qualquer tipo de riqueza, desde que ela fosse suficientemente grande - o elo entre a posse de terras e o status de classe dominante continuava de pé, e tinha de fato se tornado nos últimos tempos mais forte.
Economicamente, entretanto, a sociedade rural ocidental era muito diferente. O camponês típico tinha perdido muito da sua condição de servo no final da Idade Média, embora ainda frequentemente guardasse muitas marcas amargas da dependência legal. A propriedade típica já de há