Resena do artigo Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica de ANDERY

No século XVIII intensas transformações ocorreram no âmbito social. A Revolução Industrial, por exemplo, modificou as relações de trabalho (produção) consolidando o sistema capitalista. A industrialização também intensificou o êxodo rural e exerceu influência na instituição família ao engajar mulheres e crianças (com altas jornadas de trabalho e salários de subsistência) no ambiente fabril.

O frenético crescimento demográfico advindo do êxodo rural, sem análogo crescimento na infraestrutura das cidades, acarretou em diversos problemas sociais como: prostituição, suicídio, alcoolismo, infanticídio, criminalidade, violência, epidemias e outros. Fato que revoltou a classe proletária que se manifestou por meio da criação das associações livres, sindicatos etc.

Estes problemas ocasionados pela nova ordem capitalista chamou a atenção de pensadores. Estes buscaram extrair dessas manifestações orientações para reformar e modificar a sociedade, identificando-as como fenômenos para estudo, com a finalidade de compreender esta nova sociedade revoltada com as condições de vida e trabalho.

Era este o cenário em que Auguste Comte encontrava-se e foi em meio a essas turbulências que este teórico francês desenvolveu um pensamento que consolidou a ideologia burguesa: o positivismo; e é ele o tema do capítulo “Há uma ordem imutável na natureza e o conhecimento a reflete: Auguste Comte” da obra “Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica” de Maria Amália Andery, que analisaremos no decorrer desta produção.

Auguste Comte nasceu em Montpellier, França, e lá iniciou seus estudos. Mudou-se posteriormente para Paris onde ingressou no curso de medicina na Escola Politécnica; foi secretário do teórico francês Saint-Simon e, nesse período, teve acesso às vastas pesquisas do socialista, porém rompeu relações com este por divergir de seus ideais. A partir daí, Comte passou a produzir sua própria teoria e idealizar uma sociedade organizada; escreveu “Plano de trabalhos