Representações da falta do que fazer para um idoso asilado
O envelhecimento populacional se tornou evidente nestes últimos tempos. O planeta terra está mais velho, os continentes abrigam cada vez mais idosos - seus idosos, nossos idosos -, pessoas que passaram por todas as etapas de vida, chegando à velhice demandando mudanças em suas rotinas e em seus ambientes; a família se alterou, não é mais a mesma; o ritmo das atividades diminuiu, a saúde pode ter se tornado mais frágil, mas o tempo se fez mais livre. No trajeto da vida nota-se que o ser humano passa boa parte de sua juventude buscando o melhor para si, o melhor para ter uma posição social e profissional considerável e quando alcança esse objetivo, o ser humano já não é mais um jovem, pois já se passaram muitos anos e o corpo envelheceu e, a partir daí, a sociedade o vê como um senhor idoso, um velho, em uma visão quase sempre minada de preconceitos. Alguns desses idosos têm seu trajeto redirecionado seguindo ou sendo levado ao caminho da institucionalização, Goffman (2005, p. 11) referindo-se à institucionalização, registra que
uma instituição pode ser definida como um local de residência onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, leva uma vida fechada e formalmente administrada.
O idoso asilado, mesmo que não tenha sua vida totalmente fechada, vive uma situação de afastamento social. Ele que antes tinha uma vida social ativa, uma família para se segurar e apoiar, se vê numa Instituição de Longa Permanência Para Idosos – ILPI -, muitas vezes contra sua vontade, tendo que se readaptar a uma nova realidade: a realidade da institucionalização. Com isso a família, que antes participava ativamente da convivência do idoso, na melhor das hipóteses, agora se torna uma visita no asilo e o trabalho que antes fazia parte de sua identidade se transforma em lembranças. Toda aquela