Renha do filme Billy Elliot
1408 palavras
6 páginas
"Billy Elliot"Direção: Stephen Daldry
Inglaterra, 1984
Billy Elliot é um filme que não traz expectativa em relação ao seu final. Desde o momento que o ballet se configura para ele numa paixão, num amor e que ele passa a lutar arduamente por ele, pressupomos que ele conseguirá chegar ao seu objetivo. Cria-se uma curiosidade de como ele fará isso, como enfrentará as dificuldades, que recursos irá utilizar, enfim, como será seu processo de se tornar um bailarino.
Nesse sentido, me pareceu que no filme tomou-se como objeto da paixão o ballet. Poderia ser o amor por outra pessoa, por uma profissão, por uma causa, como por exemplo, a que é retratada no próprio filme, a intensa luta do pai e do irmão de Billy no movimento grevista. O que o Billy vivia em relação ao ballet – o conflito, o medo, a luta, a persistência – seu pai e irmão faziam no movimento grevista. A força de resistência que Billy enfrentou em relação ao pai e irmão, eles enfrentavam em relação ao governo.
Freud escreveu no início do século passado, que quem julga que as doenças mentais sejam doenças brandas, estão subestimando a sua origem, se referindo aos impulsos mentais como forças poderosas, intensas, impactantes, como foi retratado neste filme, na intensidade dos movimentos emocionais que compõem a vida afetiva dos personagens, o que torna essa história comovente e facilmente nos identificamos com ela.
Pretendo me centrar no processo desencadeado no Billy, após sua descoberta do ballet, que irá mudar toda sua vida e da sua família.
Sua história é ambientada numa província ao Norte da Inglaterra, em 1984, numa família operária, de classe média, em meio a um movimento grevista. Psiquicamente, poderíamos dizer, que é ambientada num processo de luto. Billy, seu pai, irmão e avó, cada qual a sua maneira, viviam sob o impacto da perda recente da mãe. Perda precoce (38 anos) e trágica.
Uma história em quadrinhos do Maurício de Souza, me fez associar como um modelo do processo de luto.