Renascimento e ilustração

Renascimento / A Ilustração e a sociedade contratual / A crise das explicações religiosas e o trunfo da ciência

O Renascimento surge numa época de grandes mudanças, tornando-se peça chave na ruptura com o mundo antigo e o novo mundo, aonde teria início a expansão comercial marítima, decadência dos clãs e instituições feudais, o homem começa a ter mobilidade, deixando de ter um futuro pré-determinado em razão de suas origens (“nasceu pobre, morre pobre”). Além disso, a visão torna-se cada vez mais antropocêntrica ao invés de teocêntrica e metafísica. Valoriza-se, a partir de agora, mais o “ser humano pensante” àquele “ser humano alienado”.

Essa mudança, levada a cabo pela decadência da Igreja Católica, abrindo caminho para novas religiões e seitas, permitia ao homem deixar para trás certos pré-conceitos e tornar-se mais “dono de si” e da situação, fazendo-o pensar mais no hoje (imediatismo) do que no amanhã (metafísico, religioso, fé). Ou seja, passando a olhar para as necessidades e possibilidade de hoje, o homem torna-se muito mais especulativo e volta suas forças para o estudo da filosofia, das artes e ciências, deixando de ser um agente passivo e ser o ator principal da sua própria existência.

Não obstante, esta ruptura com a Igreja Católica e sua consequente busca por explicações leva o homem a voltar-se para seus semelhantes e buscar formas de, juntos, construírem algo que antes era tido como a “vontade de Deus” e, neste aspecto, substitui-se a vontade divina pelas relações sociais e seus desdobramentos.

Iniciam-se os estudos da vida política e social através de filósofos que dissecam as relações entre os homens de uma forma nunca antes vista e que, sim, o poder e o lucro são os principais fatores que interferem nas relações sociais humanas. Antes banido pela Igreja Católica, o lucro torna-se o objetivo de todos os homens mercantis da época (burguesia) e a busca pelo poder dá-se pelo acúmulo de riquezas e não mais pelas posses herdadas