Renascimento e humanismo
O termo “Renascimento” foi empregado pela primeira vez em 1855, pelo historiador francês Jules Michelet, para referir-se ao “descobrimento do Mundo e do homem” no século XVI. O historiador suíço Jakob Burckhardt ampliou este conceito em sua obra “A civilização do renascimento italiano” (1860), definindo essa época como o renascimento da humanidade e da consciência moderna, após um longo período de decadência.
Renascimento, período da história europeia, é caracterizado por um renovado interesse pelo passado greco-romano clássico, especialmente pela sua arte. O Renascimento começou na Itália, no século XIV, e difundiu-se por toda a Europa, durante os séculos XV e XVI.
Ao discutirmos a transição da Antiguidade Clássica para a Idade Média, podemos aludir a uma grande crise – a ascensão do Islã – que separa as duas eras. Nenhum acontecimento comparável divide a Idade Média do Renascimento. Os séculos XV e XVI testemunharam avanços do mais longo alcance: a queda de Constantinopla e a conquista do sudeste da Europa pelos turcos; as viagens de navegação, que levaram à fundação de impérios ultramarinos no Novo Mundo, na África e na Ásia, com a consequente rivalidade entre as duas maiores potências coloniais, Espanha e Inglaterra; as profundas crises espirituais da Reforma e da Contra-Reforma. Contudo, nenhum desses fatores pode ser apontado como deflagrador da nova era. Na época em que ocorreram, o Renascimento estava em formação. Assim, não é de surpreender que os estudiosos discordem quanto às causas do Renascimento, como os proverbiais cegos que, após tentarem descrever um elefante, nunca chegam a uma conclusão esclarecedora. Mesmo que descartássemos os poucos que negariam totalmente a existência do animal, ficaríamos com inúmeras opiniões divergentes. Cada ramo de estudo histórico desenvolveu sua própria imagem do período. Sobrepondo-se umas às outras, essas imagens não coincidem, e desse modo nossa concepção do Renascimento fica sujeita a variações à