REMT
Introdução A capacidade de responder a determinadas agressões, sejam elas de natureza cirúrgica, traumática ou infecciosa é um componente fundamental apresentado pelos seres vivos, que objetiva aumentar a probabilidade de um indivíduo sobreviver ao trauma, mantendo o fluxo sanguíneo, a oferta de oxigênio e a mobilização de substratos como fonte energética. Se o processo que levou à lesão tecidual é de pequena intensidade, a resposta endócrina, metabólica e humoral tende a ser temporária e a restauração da homeostase metabólica e imune prontamente ocorre. Por outro lado, uma lesão grave pode desencadear uma resposta de tamanha magnitude, a ponto de ocasionar uma deterioração dos processos reguladores e impedir a recuperação das funções celulares e dos órgãos. Se não houver intervenção terapêutica nesses casos, tais fenômenos podem levar o paciente à óbito.
A massa corporal celular é constituída de proteínas e água intracelular, já a massa corporal magra é composta pelas proteínas e pela água intra e extracelular. A massa corporal magra mais lipídios e minerais correspondem ao peso corporal total. A massa corporal magra representa a parte funcional do organismo, exemplificada por proteínas estruturais (músculos), proteínas sob a forma de enzimas (reações metabólicas fundamentais) e proteínas viscerais. A partir dessas proteínas e da gordura, o organismo em condições de estresse, utiliza tais substratos como fonte de energia, sendo os ácidos graxos livres a principal fonte de energia utilizada durante o trauma. As proteínas quando requeridas geram energia em menor intensidade quando comparada aos lipídios. Apesar do baixo valor calórico das proteínas, durante o estresse as proteínas musculares sofrem um processo de lise e geram aminoácidos para a gliconeogênese, constituindo uma etapa fundamental na resposta ao trauma. Em traumatismos extensos grandes quantidades de proteínas são perdidas,