religiao e cultura
A religião nos parece ser a mais complexa e conflitada das nossas manifestações culturais. Mas, não é bem assim.
No conjunto das medidas tomadas pela organização humana, visando à preservação dos seus grupos, o sentimento de pertinência do Homem aos deuses levou-o a cultuá-los num sistema marcado pela rigidez e pela precisão. A intenção de angariar simpatia desses seres superiores que teriam poder de determinação no destino humano, fez criar sistemas especiais que permitissem a comunicação do grupo com os deuses, por intermédio de algum ou alguns dos seus membros, se valendo da simbologia dos ritos.
Acredita-se que a preservação desse costume se faz para o bem das gerações passadas, presentes e futuras. O fenômeno da atividade religiosa se dá em separado das demais manifestações, em respeito a distancia existente entre o Homem e os seus criadores. Aliás, a palavra “santo” significa: separado. Portanto, mesmo cercada de todo o cuidado pela sua importância primordial, a religião é parte integrante da cultura de um grupo, e não a cultura dele.
Cultura pode ser compreendida como o modo com que os grupos criam suas soluções às próprias necessidades e constroem símbolos, tendo em vista a auto-preservação. Suas crenças, língua, representações, códigos, costumes, instituições, religião, arte, etc. conferem uma identidade àquele grupo e se relacionam com a produção, perpetuação e transmissão do saber, à qual todos indistintamente devem se enquadrar. Um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e dá sentido a existência. Cultura é criação e responde ao dinamismo humano registrado pela história. Portanto, quando relacionamos ambos os conceitos ─ religião e cultura ─ primeiro, devemos observá-los separadamente.
Depois que o judaísmo projetou-se no ambiente religioso mundial, uma grande transformação se deu nesse contexto. O conjunto das divindades concebidas na Antiguidade, masculinas e