Relações e interações sociais na vida cotidiana
Utilizaremos como referencial teórico a abordagem do sociólogo canadense Erving Goffman (1922 – 1982). Onde nosso objetivo é provocar, por meio do estranhamento, o questionamento sobre a naturalidade das formas como agimos e nos relacionamos no cotidiano, mostrando que, na realidade, nosso comportamento depende em grande parte daquilo que pretendemos comunicar aos outros e da forma como os outros nos compreendem. É nesse jogo complexo de apresentações e representações de nós mesmos uns aos outros, em que nem sempre aparentamos aquilo que somos e tampouco somo vistos como gostaríamos que fôssemos, que se dão as relações e interações sociais no chamado plano microssocial, ou seja, das sociabilidades em pequenas escalas (entre pessoas, no contexto familiar, escolar, da vizinhança, da comunidade, da internet).
A preocupação com o que os outros pensam a nosso respeito é parte importante das relações entre os seres humanos. Isso acontece porque, de um lado, queremos fazer parte do grupo, sermos aceitos e não excluídos e por outro lado, também gostaríamos que os outros nos aceitassem como somos. Afinal de contas, como vimos no 1º bimestre, o homem é um ser social e não consegue viver sem o convivo de outras pessoas. Porém, ser aceito e não ser excluído do grupo exige muito esforço: é preciso conhecer as regras do grupo, saber conviver com as pessoas, se relacionar, se comunicar – uma série de conhecimentos que não aprendemos de um dia para o outro. Vimos que esse conhecimento é adquirido por meio do processo de socialização. Aprendemos em casa e na escola, com nossa família, nossos pais, irmãos, avós, primos, tios, colegas professores e muitas outras pessoas como nos comportarmos diariamente. Esse aprendizado é constante e diário, e não termina nunca. Vimos também que, muitas vezes, nem sempre o que aprendemos funciona em todas as situações; desse modo, temos de nos adaptar ao imprevisível. Mas agora que já sabemos como