relações sociais no século xx
A marginalização imposta a muitos grupos de imigrantes estimulou o surgimento dos primeiros movimentos de contestação operária no Brasil, especialmente liderados por italianos e espanhóis.
Entretanto, os negros foram os que mais sofreram discriminação, até nas suas mais elementares manifestações culturais. O samba, hoje importante produto de exportação nacional, era visto como "coisa de malandro"; a capoeira, objeto de repressão policial. Até nos esportes, em virtude da imagem que o "país em branqueamento" queria apresentar lá fora, o negro foi preterido: em 1919, o presidente Epitácio Pessoa proibiu a atuação de negros na seleção brasileira de futebol!
O Brasil, país miscigenado, passou a adotar um discurso arianista. Na década de 30, a Ação Integralista, variante brasileira do fascismo, difundia ideias antissemitas e combatia os chamados "quistos culturais" provocados por colônias de imigrantes.
No Estado Novo (1937-1945), por razões eugênicas, Getúlio Vargas estipulou a obrigatoriedade da Educação Física e da difusão de ideias de higiene, criando aqui uma cópia mais branda das teorias raciais do fascismo europeu.
Uma segregação racial explícita não existia, mas ocorria uma exclusão sutil e insidiosa pautada por critérios socioeconômicos.
As relações raciais hoje
O fim da Segunda Guerra Mundial e, notadamente, o avanço nos anos 60 e 70 dos movimentos pelos direitos civis nos EUA, fizeram evoluir as condições dos negros quanto à obtenção da cidadania. A Corte Suprema norte-americana tipificou a segregação racial como crime federal.
Este progresso que o movimento negro americano conheceu contribuiu para o desenvolvimento de relações igualitárias, em termos étnicos, em toda a América. Embora tenhamos ainda, no Brasil, uma parcela significativa de pobres e excluídos de origem negra, como consequência de um processo histórico, há um aumento recente e representativo da classe média negra em nosso país, fruto da